Site icon AIA Clube

Agrishow 2025: quais os prós e contras do consórcio rural diante de juros altos do financiamento

Menor custo financeiro e flexibilidade atraem produtores que precisam comprar máquinas em tempos de crédito rural restrito. Empresas oferecem condições especiais na Agrishow, maior feira de tecnologia agrícola do país, que acontece em Ribeirão Preto (SP). Público confere novidades tecnológicos para o campo na Agrishow em Ribeirão Preto, SP
Érico Andrade/g1
Com juros elevados e dificuldades no acesso às linhas tradicionais de financiamento do Plano Safra, o produtor rural brasileiro vem buscando alternativas para viabilizar a renovação e expansão de sua frota de máquinas agrícolas.
Nesse cenário, o consórcio desponta como uma opção estratégica, com crescimento expressivo no setor, e que promete ajudar a movimentar os quase R$ 15 bilhões em intenções de negócios projetados para a Agrishow, a maior feira de tecnologia agrícola do país que acontece em Ribeirão Preto (SP) até sexta-feira (2).
Siga o canal g1 Ribeirão e Franca no WhatsApp
Segundo dados da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (ABAC), o agronegócio já representa cerca de 20% do volume total de crédito movimentado pelos consórcios no país, que ultrapassa R$ 50 bilhões anuais.
No segmento de máquinas e equipamentos agrícolas, a modalidade já responde por 25% do mercado, consolidando-se como tendência para os próximos anos.
Planejamento e paciência são as chaves para aproveitar os benefícios da modalidade. Para quem pode esperar o melhor momento da contemplação, o consórcio é, sem dúvida, uma alternativa cada vez mais relevante no campo.
“O consórcio permite que o produtor invista sem comprometer o capital de custeio, sem ficar refém das oscilações do Plano Safra e, principalmente, economizando no custo total da operação”, afirma Vittorio Primo, sócio-diretor da Primo Rossi Administradora de Consórcios.
Mesa de negociação durante a Agrishow
Leandro Carvalho/Sicredi
Quais as vantagens do consórcio em relação ao financiamento?
Em um momento em que os contratos de financiamento rural praticam juros que podem alcançar 18% ao ano — e podem ser ainda maiores dependendo da linha e do banco —, os consórcios são mais interessantes por não terem juros, mas sim uma taxa de administração diluída a longo prazo. “Em vez de pagar 14% ou mais ao ano, você paga algo em torno de 1,7% ao ano”, explica Primo.
Para efeito de comparação, no Consórcio Nacional Case IH, a taxa de administração gira em torno de 0,14% ao mês.
Além do custo reduzido, o consórcio permite planejamento financeiro de longo prazo, com parcelas fixas e prazos que podem chegar a até 150 meses, como no caso do Consórcio Nacional Valtra. As parcelas, a partir de R$ 2.073,16, tornam o investimento mais acessível e alinhado ao fluxo de caixa do produtor.
“Ele oferece uma previsibilidade que é essencial para o produtor rural, especialmente em tempos de incerteza no crédito e volatilidade no mercado”, destaca Márcio Massani, diretor executivo comercial da Âncora Consórcios.
LEIA TAMBÉM
Agrishow: maior feira de tecnologia agrícola do país começa em meio a clima favorável na lavoura, mas com alta nos juros
Alckmin diz que governo vai trabalhar para ampliar Plano Safra, mas precisa equalizar juros em alta
Consórcio rural é uma opção em alta entre produtores rurais na Agrishow diante de elevação dos juros do financiamento.
Divulgação/ Âncora
Quando o consórcio é a melhor escolha?
O consórcio é mais indicado para produtores que podem planejar a aquisição de máquinas e não necessitam do equipamento de forma imediata.
“Se o produtor tiver tempo e puder esperar pela contemplação, seja por sorteio ou lance, o consórcio é uma escolha extremamente vantajosa”, afirma Devanir Brisola, gerente de desenvolvimento de negócios do Sicredi PR/SP/RJ.
Ele lembra que, em consórcios agrícolas, mais de 65% das cotas são contempladas em até 24 meses, o que reforça o caráter programado da aquisição.
Para Wellington Silva, coordenador comercial agrícola da Yanmar, o consórcio é especialmente interessante para produtores de culturas perenes, como o café, e para aqueles com receita frequente, como em sistemas de agricultura intensiva.
“O consórcio encaixa perfeitamente para quem já possui um parque de máquinas consolidado e busca uma renovação gradual, sem comprometer o fluxo financeiro”, pontua.
Além disso, em momentos de adversidades climáticas, como estiagens ou enchentes, o consórcio oferece maior flexibilidade para negociação de parcelas, uma vantagem em relação aos financiamentos tradicionais, que tendem a ser mais rígidos.
Público confere novidades tecnológicos para o campo na Agrishow em Ribeirão Preto
Érico Andrade/g1
Quando o consórcio não é a melhor opção?
Apesar das inúmeras vantagens, o consórcio não é indicado para todos os perfis de produtores, principalmente para quem precisa do equipamento de forma imediata.
“O financiamento, mesmo com juros mais altos, ainda é a solução mais rápida”, alerta Brisola, do Sicredi.
Márcio Massani complementa que perfis mais imediatistas, que valorizam a posse rápida da máquina, tendem a optar pelo financiamento bancário.
Outro ponto importante é a análise de expectativa: quem não dispõe de capital para dar lances significativos pode demorar mais para ser contemplado, precisando ter disciplina e paciência.
Tendências e crescimento do consórcio agrícola
Os dados confirmam a força da modalidade: a Case IH registrou um crescimento de 10,9% nas vendas de cotas em 2024, mesmo em um ano de retração do setor. A Valtra, por sua vez, viu o número de novos consorciados crescer mais de 30% nos últimos cinco anos.
“É uma opção confiável, que permite ao agricultor fazer um planejamento de investimento, sem comprometer o orçamento no longo prazo, já que esta modalidade não possui juros”, afirma Antonio Carvalho, diretor do Consórcio Nacional Valtra.
A crescente adesão tem impulsionado ações promocionais e parcerias no setor. A Âncora Consórcios, por exemplo, atua em conjunto com a Yanmar para ampliar a oferta para tratores de pequeno e médio porte, facilitando o acesso a diferentes perfis de produtores.
“Hoje, o consórcio é uma ferramenta não apenas de aquisição, mas também de diversificação de investimentos e alavancagem patrimonial”, destaca Devanir Brisola.
Agrishow apresenta tecnologias para o agronegócio em Ribeirão Preto, SP
Veja mais notícias da Agrishow 2025
VÍDEOS: Tudo sobre Ribeirão Preto, Franca e região
Exit mobile version